sábado, 27 de fevereiro de 2010

Piscina Vazia



No estonteante calor do Rio de Janeiro longe da praia, figurava a piscina do edifício pedregulho: verde. Lotada de crianças, lotada. Oásis. A polícia passava sempre por ali, aparecia e em segundos as crinças corriam uma pra cada lado, evaporavam. A polícia tentava pegar algum "maior de idade" ou dar um susto nos pequenos, dava até tiro pro alto. Era proibido usar a piscina da escola nos finais de semana quando estava fechada. Outro dia no Rio de Janeiro a sensação térmica era de cinquenta graus. Lembrei imediatamente de São Cristovão especificamente da piscina do pedregulho com atrativo principal de ser proibida.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010


Este blog corresponde à okupação da Kaza Vazia no Minhocão, ou Conjunto Habitacional Prefeito Mendes de Moraes, ou Pedregulho, no Rio de Janeiro, RJ, frente o Projeto Pedregulho. Um projeto de quatro residências artísticas e feito com recursos do edital Arte e Patrimônio do IPHAN.

Uma dica para acessar as ações do koletivo é usar os Marcadores, aqui à direita (>) que fazem uma distribuição aproximada entre campos de ação.


apto. 613, modos de usar









o melhor de Reidy

O melhor de Reidy.
Tales Bedeschi e Daniela Parampal (clique para ampliar)


Nas décadas de 40 e 50 o Brasil era conhecido pela excelência do seu café, seu futebol e seus arquitetos. Oscar Niemeyer, Lucio Costa e Afonso Reidy são alguns nomes da arquitetura moderna aclamados pelo mundo inteiro.
Hoje temos o que sobrou de uma utopia modernista que conjuga excelência e arrojo arquitetônico com o descaso das autoridades. Construído para abrigar o baixo-funcionalismo do Estado Federal (cuja a capital até então, era o Rio de Janeiro), o Conjunto Habitacional do Pedregulho consagrou-se como um dos melhores projetos de habitação popular. Para Afonso Reidy, moradia popular não era sinônimo de baixa-qualidade. Um projeto que, até hoje, é superior à maioria absoluta dos projetos de habitação popular no Rio.
Reidy projetou, por exemplo, uma lavanderia coletiva pensada com o objetivo de poupar tempo da dona de casa. Hoje a lavanderia não existe mais, como várias outras propostas do arquiteto, pois suas máquinas estragaram e nunca foram repostas.
Num projeto pensado para que suas formas e distribuição do espaço induzissem o morador a uma vida "melhor", o Conjunto do Pedregulho vive assim: fragmentado, desconjutado, num limbo entre a excelência e a precariedade. Quando mecanismos da "máquina de morar" não funcionam mais ou são substituídos, o projeto moderno se faz em pleno movimento. E como dizem que arquitetura não é o projeto em si, mas o que o usuário faz dele, temos um espaço em pleno vigor. De reformas, a puxadinhos, a troca da decoração externa, improvisos e jeitinhos, os moradores fazem do prédio uma colcha de retalhos, de diferentes tempos e espaços.
Há ainda os que dizem que isso é um sacrilégio, que destrói o patrimônio. Mas a gente vai levando essa rima.

o trajeto da 'marvada'

clique para ampliar

Canequinhas de bambu, cuiazinhas de cabaça e dezenas de garrafas de cachaça mineira. São elementos de algumas estratégias usadas pela Kaza Vazia durante a residência no Projeto Pedregulho.
Não se trata, apenas, de
levar para o Rio alguns representantes do patrimônio imateral de Minas Gerais. Cachaças, nove queijos canastra, ervas pra chá e algumas esteiras são elementos que compunham os rituais de receber um convidado em kaza.

Na Meza Triangular, evento promovido pelo Vergara, não foi diferente. Meio queijo, algumas garrafas de cachaça e dois copinhos de bambu complementaram a meza de lanche feita pelos alunos da UFL.
No início, poucos arriscaram desgustar as cachacinhas, assim, de manhã tão cedo. Entretanto, logo logo, as canequinhas se encheram e percorreram a roda de conversa. Uma caneca rodou pela direita. A outra, pela esquerda. Era como um ritual de chimarrão. Um gole e uma careta. Todos compartilharam da mesma caneca.
O terceiro apresentador, Rafael, convidado do Markito, intorrompeu sua fala para não quebrar a corrente (fotos acima).
- "Glup... aaahhhh"! E a roda de conversa ia esquentando. As garrafas subiram vazias.

novas fotos do komplekso kultural


clique na imagem

domingo, 20 de dezembro de 2009

Mostra Disseminação 4

De 15 a 18 de dezembro, no Palácio das Artes, aconteceu a 4ª Mostra Disseminação, com performances, vídeos experimentais, curtas e tudo mais. A Kaza participou montando uma parafernália eletrônika com alguns vídeos produzidos na residência 613. Na abertura, fez uma performance. O Tales, atrasado, liga para o Marconi. Ele já estava em cena, com um guarda-chuva na mão. Atende: "Marconi, peguei uma carona! Já tô indo praí, aonde vocês tão"? Estava no viva-voz. A resposta era: "no palco".

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

"outras poéticas" - na Escola Guignard

Auditório da Escola Guignard
quarta, 09/dez, às 19h
"Outras Poéticas" com a Kaza Vazia

novas fotos



lá pra baixo do blog

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algumas imagens de terça à noite






algumas fotos do jantar.......

......amarelo










terça-feira, 1 de dezembro de 2009

piknik no mam






Ao fim de kada residência, o Projeto Pedregulho prevê uma Mesa com a apresentação dos artistas e dos seus kolaboradores. Dia 02/dezembro seria, então, o dia da Kaza, mas por uma mudança inesperada na agenda do auditório do MAM, mudaria-se a data da konversa. Idéia do Vergara, sugerimos à Bia fazer a reunião da Kaza em kadeiras lá fora, nos pilotis. Não teríamos datashow, apenas a sombra das árvores e uma roda.
Mantemos a data e pensamos no Piknik, uma estratégia da Kaza para reunir kazeiros em manhãs-de-domingo e tardes-de-sábado, no Parque Municipal, no Merkado Novo e em outros lugares de BH.

Júnia fez um bolo-de-maçã. Quando parte dos kazeiros chegaram, num kortejo kom o berimbau, deram uma volta nas kadeiras, saudando a roda. E ela foi ótima.
Levamos uma fruta no karrinho-de-feira da Mariana, a nossa vizinha e esteiras pra deitar. O Bruno veio de mala (cheia) com os equipamentos de som... antes de começarmos uma baiana, com a voz um pouco rouka, passou, komprimentou e acabou filando um cigarro e dando uma palhinha. Pegou o mikrofone, preparou a sua mais doce voz e kantou suavemente "você não vale nada mas eu gosto de você" .
O nosso Inkilino Rafael (francês) chegou de bicikleta. Algumas meninas derão uma voltinha nela, mas o nosso amiguinho Juan (morador do Minhocão) pedalou durante kuase toda a konversa. Também estiveram presentes, além dos kazeiros e alguns amigos, o pessoal do projeto, a Bia Lemos, as meninas da Casa Quattro, o Markito e o Vergara (nossos orientadores), o Jarbas Lopes e a Luiza Baldan (artistas residentes), o Moisés Alcuña, artista plástico e capoeirista, a Paula, enfins... Falamos da Kaza, das nossas ações... do Projeto Pedregulho, da "Arqueologia da Esperança", do Vergara, de comunidades politicamente autônomas etc etc.
Ao lado da roda uma placa dizia: Jardim das Pedras.

leve frutash!
infokaza: 21 25808188

MAM: Av. Infante Dom Henrique 85, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro
ôns: 476

arte e patrimônio: meza vazia

má o povo é minêro, uai.....

professora Ceça

Markito Fonseca, um dos nossos kolaboradores

Helga, arquiteta e moradora do komplexo

Sabrina, vizinha da Kaza, hoje, fazedôra de pão-de-queijo

Na tarde dessa terça, a Kaza recebeu a professora da UFRJ, Ceça Guimarães, a convite de Markito Fonseca, orientador da Kaza. Junto de Helga Campos, arquiteta, moradora do Complexo Pedregulho. Em breve, detalhamos, que o Jantar Amarelo já vai começar.

e o KOMPLEKSO kontinua!





Cinema do Pôr-do-Sol
Kriar um espetáculo no Komplekso a partir de um evento do kotidiano. Vedar todas as janelas, portas e demais entradas de luz da ex-salinha de muskulação com kartolina preta. Konstruir uma kaixa-preta em eskala humana e deixar que entre apenas um feixe de luz, por um pekenino orifício. Komo ke por um milagre, transformar o mundo em luz em uma imagem invertida. Projetar o pôr-do-Sol numa tela improvisada kom folha de papel vegetal.
Materiais: kartolina preta, fita adesiva, papel vegetal, a karcaça de uma janela abandonada para apoiar a tela, arame para fiksar a tela na janela.


novos formatos para a oficina de eskultura

Kampanha de Kopakabana
Kontinua também na 3ª residência com Luiza Baldan.