Entre a Karta e a Kaza
[com K, considerando, ambos, elementos subjetivamente apropriados]
__Imagine estas duas coisas na condição de lugar/espaço.
... A Karta é vestida pelo envelope, o homem é vestido pela Kaza. A relação contingente e conteúdo é criada. A mão calça a luva e vice-versa.
__Envelope é um vazio a ser prenchido, é um lugar para o segredo, para o privado?
__Sim, assim como o branco, ou as linhas retas do papel de Karta.
__Acredito que o mais próximo da Kaza seria o Envelope, não a Karta.
__Mas a Karta o que seria? Seria nós?
__Na verdade acho que nós ainda estariamos na condição de Envelope, a Karta é o dentro de nós, é o sensível. O Envelope, nosso corpo e pele. Onde nos abrigamos, e nos obrigamos sermos Karta, ou na pele de artistas, pensadores, poetas: escrevedores de Karta.
__Então não somos o que habita a Kaza.
__Prefiro acreditar que somos o barro, as pedras, os tijolos...da Kaza
__E o que habita a Kaza?
__Na Kaza moram palavras sem sentido, peladas. É o remetente em busca de um destinatário. O remetido é somente uma Karta vazia.
__Pensando assim, continuamos relativamente descobertos, expostos? Apesar de vestidos?
__O que nos cobre nos é dado em camadas, mais ou menos frágeis, desde a placenta. Quando somos cuspidos do útero, uma Karta se abre.
__Mas quem é a Karta? Nós ou o útero? a mãe, seu sexo?
__É uma pergunta difícil. Imagine um abraço: o abraçado aquece o abraçador.
__Aquele edifício que arranha o céu, abriga ou obriga um morador a se abrigar?
__Toda Kaza é também uma prisão. Toda arma que protege, também reprime, oprime
__Todo mundo pode ter um lar, mas nem todos terão um endereço.
__ Por que?
__Porque a vida nos transformou em números, mas perdemos a conta e nos perdemos.
__Ainda não conquistamos o lugar comum, estamos pertos, juntos e não nos entendemos.
__A diferença e semelhança entre uma Karta e uma Kaza serão suas mensagens.
__Lá estamos, Envelopes - fechados, selados - e alguém nos abre, nos lê - como uma cigana lê uma mão, como um scanner, como o dedo de um cego no braile.
... seremos apenas o que for lido, o restante continua no Envelope.
marconi marques
domingo, 25 de outubro de 2009
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